NZINGA MBANDI

Nzinga Mbandi
(1580 - 1663)

Em 1580, no reino mbundu de Ndongo, nascia uma mulher extraordinária, Nzinga Mbandi, cujo nome é hoje um símbolo da luta pela independência, que Angola manteve contra o que, outrora, foi um dos maiores impérios, Portugal. Desde 1975, ano da independência angolana, o nome de uma rua da capital, Luanda, recorda sua memória. É conhecida pelos nomes de Nzinga Mbandi, Jinga, Zhinga, Ginga, Rainha Dona Ana ou Rainha Singa.

Anos antes do seu nascimento, os portugueses haviam conquistado o reino de Ndongo e estabelecido em Luanda seu centro de operações para o desenvolvimento do mercado de escravos com destino ao Brasil. No início do século XVII, saíam de Luanda uma média anual de 10.000 escravos. O Ngola de Ndongo, em troca da independência de seu reino, colaborava com os portugueses na captura de escravos de outros reinos vizinhos.

As exigências dos portugueses foram aumentando e com elas o desacordo mbundu a respeito das condições que os portugueses impunham.

Nzinga Mbandi, até a morte de seu irmão, o Ngola ou rei de Ndongo, em 1624, vinha exercendo como sua conselheira e representante diplomático perante o reino de Portugal, sendo ela a signatária de vários acordos e tratados com os portugueses. Como prova de boa vontade, após a assinatura de um desses tratados, ela foi batizada como Dona Ana de Sousa.

Em 1624, chega ao trono, abandona seu nome cristão, assim como suas irmãs Kifunji e Mukumbu (Graça e Bárbara) e, tendo os portugueses rompido o tratado que ela mesma havia assinado em nome do Ngola anterior, ela estabelece como objetivo recuperar a independência política e territorial sobre os portugueses. Temerosos de perder sua posição, os portugueses derrubam Nzinga Mbandi e nomeiam um novo rei, e ela tem que abandonar o reino, instalando-se em Matamba.

Cria o reino de Matamba, e durante um tempo se dedica à formação de uma grande aliança entre todos os inimigos de Portugal, incluindo os holandeses nessa aliança. Depois de alguns anos de esforço, em 1630 levanta um grande exército no qual participam os reinos de Matamba, Kasanje, Congo, Dembo, Kissama e os Povos do Planalto Central.

Em 1662, durante uma conferência com o governador de Portugal, ele deliberadamente não providenciou uma cadeira para ela. Seu leal servo ajoelhou-se e ela sentou-se sobre suas costas. A Rainha Nzinga nunca se rendeu a ninguém.



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