BIOGRAFIA DE JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS

José Eduardo dos Santos nasceu a 28 de agosto de 1942 em Luanda, Angola. Frequentou a escola primária em seu bairro em Luanda, e fez o seu bacharelado no Liceu Salvador Correia.
Aos 18 anos de idade, juntou-se ao MPLA, que então era um dos movimentos anticoloniais que lutavam pela independência de Angola. Devido à repressão do governo colonial, Eduardo dos Santos partiu para o exílio na República do Congo em 1961. Ali, colaborou com o MPLA, que tinha a sua direção em Brazzaville.
Para continuar com sua educação, trasladou-se para a União Soviética, onde recebeu seu título de graduação na especialidade petroquímica em Baku, Azerbaijão.
Em 1970, regressou a Angola, que ainda era um território português, e juntou-se às forças armadas do MPLA, o EPLA (Exército Popular para a Libertação de Angola), tornando-se operador de rádio na segunda região político-militar do MPLA, que organizava a partir da República do Congo atividades de guerrilha na província de Cabinda.
Em 1974, foi promovido a subchefe do serviço de telecomunicações da segunda região. Desempenhou-se como representante do MPLA na Iugoslávia, República Democrática do Congo e República Popular da China, antes de ser eleito membro do Comitê Central e do Bureau Político do MPLA na província de Moxico, em setembro de 1974.
Dos Santos também foi nomeado Coordenador do Departamento Exterior do MPLA em 1974, de onde exerceu a representação diplomática desse movimento revolucionário em várias capitais africanas. Sua tarefa era conseguir o apoio internacional para as reivindicações de independência com que se pressionava Lisboa.
José Eduardo dos Santos junto a Fidel Castro durante sua primeira visita a Cuba
Em 1975, ocorre a proclamação da Independência Nacional e a constituição do primeiro Governo da então denominada República Popular de Angola, do qual José Eduardo dos Santos seria nomeado Ministro das Relações Exteriores. Desse cargo, dirige a campanha diplomática que conduzirá ao reconhecimento e admissão de Angola como membro da ONU, em dezembro de 1976.
Sem deixar sua atividade política no MPLA nem sua tarefa como chanceler angolano, dos Santos adicionou às suas preocupações um esforçado trabalho em prol do desenvolvimento da cultura, da educação e da reconstrução de seu país, devastado pela fome, epidemias e guerra civil. Isto lhe valeu a nomeação como ministro do Planeamento em 1978.
Em 20 de setembro de 1979, tendo falecido Agostinho Neto, primeiro Presidente da República e também Presidente do MPLA, José Eduardo sucede-lhe na presidência do MPLA e foi investido com os cargos de Presidente da República Popular de Angola e de Comandante em Chefe das FAPLA (Forças Armadas Populares de Libertação de Angola).
O recém-nomeado presidente teve que se dedicar, então, ao urgente problema de conseguir um acordo de paz entre as organizações armadas opostas ao processo democrático.
Em 1989, após a derrota sul-africana e da UNITA no Cuito Cuanavale, pelas forças das FAPLA, tropas cubanas e guerrilheiros da SWAPO, foram assinados os acordos de Nova Iorque, com soviéticos e norte-americanos como mediadores, que obrigaram a África do Sul a cumprir as resoluções da ONU sobre a independência da Namíbia. As tropas cubanas, cumprido seu objetivo de proteger Angola da agressão do exército da África do Sul Racista, razão pela qual haviam chegado a Angola em 1975, começaram sua retirada paulatina que culminaria em 1990.
Ao mesmo tempo, começou então um período de transição conduzido pelo presidente Dos Santos, que em teoria incluía um passo progressivo para uma democracia aberta, com pluralismo político, para ingressar em uma economia de mercado.
A trégua definitiva entre o MPLA e a UNITA só pôde ser alcançada em 2002, quando o líder desta última, Jonas Savimbi, negando novamente os resultados eleitorais que tinham dado uma clara vitória ao MPLA, caiu abatido pelas Forças Armadas Angolanas, formadas pelas antigas FAPLA. Desaparecido o dirigente, por fim pôde-se propor e alcançar um cessar-fogo com a organização guerrilheira, a qual por sua vez, muito debilitada pelas deserções e a má imagem pelos crimes cometidos por inspiração de Savimbi, correspondeu abandonando oficialmente a luta armada e se convertendo em um partido político de oposição.
Em agosto de 2012, José Eduardo dos Santos foi eleito pela segunda vez presidente da República de Angola, em eleições livres e democráticas nas quais se destacou a ampla participação popular.

José Eduardo dos Santos se encontra com Fidel Castro durante sua visita a Cuba em Agosto de 2010
Atualmente, o presidente Dos Santos lidera um ambicioso plano de reconstrução nacional que inclui a construção de dezenas de fábricas na Zona Econômica Especial de Viana (várias destas fábricas foram inauguradas em 26 de maio de 2011) e o impulso à construção de mais de 200 mil habitações no país, com ênfase nos pobres. Ao mesmo tempo, em Luanda, erguem-se novos e elegantes edifícios por empresas chinesas e brasileiras. Empresas de todo o mundo investem em Angola, na mineração, no petróleo, em negócios onde o governo angolano reserva para si a maior participação.